VOCAÇÃO FAMILIAR: dom de Deus.
Introdução
A família sempre foi um assunto bem discutido em ambiente social e eclesial. Ter um olhar sobre a família, a partir de uma ótica vocacional, é saber que dela provém toda graça e dom de Deus. Ela pode ser considerada o “Santuário da Vida” (JOÃO PAULO II, 1981, n. 28), um lugar sagrado.
A sua missão é fazer frutificar o amor no mundo. Sim, e por meio deste amor, “Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn, 1, 28). E esta missão de submeter e dominar o universo não é confiada somente ao homem, mas aos dois: homem e mulher, juntos participando da criação.
1 O conceito de família cristã e a finalidade do matrimônio
A família cristã é entendida e nascida no sacramento do matrimônio. De acordo com Código de Direito Canônico, (2001, cân. 1055):
O pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si o consórcio de toda a vida, por sua índole natural ordenado ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, entre batizados foi por Cristo Senhor elevado à dignidade de sacramento.
Vê-se, pois, que o matrimônio é constituído pelo pacto entre o homem e a mulher, isto é, entre batizados, considerado como contrato de ordem natural exigindo o concurso das vontades, sem semelhança com nenhum outro contrato, pelas seguintes razões: de sua origem1; das pessoas contraentes2; do consentimento3; de sua estabilidade4 e do objeto do contrato5.
1 Já que foi instituído por Deus, como meio natural para a propagação do gênero humano: “Crescei e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1,28). A instituição matrimonial faz parte do plano divino desde o momento da criação do homem (PAIVA, Anselmo Chagas. O sacramento
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O Papa São João Paulo II, apresentava sobre um dos temas prediletos, afirmando que se a família é Igreja doméstica, a tarefa humana e cristã confiada aos cônjuges possui algo sacerdotal: “com insistência, chamou os cônjuges cristãos ao dever de tomar consciência da própria missão” (FRANCA; PUGNI, 2012, p. 57).
Se a família é chamada a vivenciar a santidade no amor e na fidelidade, podemos colocar como modelo nesse itinerário, a Santíssima Trindade, a verdadeira comunidade de amor. Nela vemos a Igreja doméstica como comunidade viva, comunhão da humanidade com Deus: unidos ao Pai pelo Filho no Espirito Santo.
Conclusão
A Santíssima Trindade é o que deve inspirar, ser motivação maior dos cônjuges na relação com os filhos quando juntos, fazem um caminho de santidade, pois, “o sacramento do matrimônio é um dom para a santificação e a salvação dos esposos” (FRANCISCO, 2016, n. 72).
No caso do matrimônio, o amor conjugal e familiar torna-se instrumento de graça e comunicação recíproca com o amor de Deus. É a vocação do amor que se realiza com e sob a proteção divina, mas não só para realizar uma tarefa de educação dos filhos, como também “esta vocação, enquanto também educativa dos filhos, é espiritual e mediadora da vida da graça recebida com o sacramento do matrimônio e vivida na práxis” (FUCEK, 1989, p.99).
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